sexta-feira, 24 de maio de 2013

Seminário ajuda pessoas a enfrentar casos de violência sexual infanto juvenil em Vitória


André Luiz Silva Sobral
Palestrante
Pessoas se reuniram no auditório da Semcid para aprender mais sobre o perfil dos abusadores
Cerca de 120 pessoas participaram nesta sexta-feira (24) do 5º Seminário de Enfrentamento à Violência Sexual contra a Criança e o Adolescente e foram orientadas sobre como enfrentar esse tipo de problema. O evento aconteceu no auditório da Secretaria Municipal de Cidadania e Direitos Humanos (Semcid), em Itararé.
Com o tema "Discutindo o Comportamento do Abusador", o objetivo foi promover a reflexão, o aprendizado e a mobilização social para o enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes na cidade de Vitória. "Na maioria dos casos, são pessoas que a criança ama e confia, dependentes químicos, com baixa autoestima e transtorno de conduta", destacou a psicóloga e mestre em Psicologia Danielly Bart do Nascimento.
Segundo a especialista, após se aproximar da vítima, o abusador conquista a confiança da criança e constrói um relacionamento com a mesma. "Geralmente, ele testa se a criança consegue guardar segredos sobre coisas inofensivas e costuma afastá-la da família ou dos amigos. Passa a fazer chantagens emocionais, ter contatos físicos repetidas vezes, reforçando sempre o silêncio e o segredo", disse Nascimento.
De acordo com o delegado adjunto da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, Erico Mangaravite, estudos apontam que 98,8% dos abusadores sexuais são homens e, destes, 57,4% são pais e 37,2%, padrastos ou pais adotivos. "Os abusadores podem ser pais, mães, padrastos ou madrastas, avós, tios e primos. Podem ser também vizinhos, babás, líderes religiosos, professores ou treinadores. Pertencem a todas as classes sociais, raças, orientações religiosas e podem ser homo ou heterossexuais. É preciso estar atento e denunciar".
André Luiz Silva Sobral
Palestrante
Palestrantes falaram sobre a importância de estar atento aos casos e denunciar esse tipo de crime
Para a assistente social Ana Paula Almeida Colombro, é fundamental discutir o tema. "Foi um seminário muito proveitoso, dada a complexidade do tema, o qual contribui tanto para o fortalecimento das relações familiares quanto das redes de proteção das crianças e adolescentes. Além disso, evidenciou muito bem o perfil do abusador, mostrando como a sociedade pode identificar e denunciar esse tipo de abuso, que, muitas vezes, acontece dentro de casa", disse.
Quem também aproveitou o seminário para aperfeiçoar os conhecimentos foi o estudante de Serviço Social Carlos Rodolfo Gonçalves, 30. "As informações que foram passadas na palestra me ajudarão a enfrentar as situações futuras que aparecerão no meu trabalho", disse o universitário.
O evento foi promovido pelo Centro de Apoio aos Marinheiros (CAM) da Junta de Ação Social Batista (JASB), em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), contando com a participação de profissionais da rede de proteção, servidores públicos, ONG's, universitários, lideranças de Ministério Infantil de igrejas e sociedade civil.

Dados

Em 2012, os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) acompanharam 281 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes na capital. Desses, 192 vítimas eram meninas e 89, meninos. Neste ano, 44 novos casos foram atendidos pelos Creas: 31 meninas e 13 meninos.

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