sexta-feira, 21 de junho de 2013

Entidades elegem respresentantes para Comissão dos Povos e Comunidades Tradicionais

Destinada a construir e desenvolver políticas públicas voltadas aos povos tradicionais do Espírito Santo, a Comissão Estadual de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais elegeu, na tarde dessa quinta-feira (20), seus representantes. Realizada na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), a eleição contou com a participação de entidades representantes dos povos ciganos, indígenas e quilombolas, dos pescadores artesanais e das comunidades de terreiros, além de representantes do poder público.


O subsecretário de Estado da Cultura em exercício, Joelson Fernandes, foi o responsável por abrir o encontro. Segundo ele, “o governo Renato Casagrande está aberto ao diálogo e disposto a fortalecer a representatividade desses povos tradicionais”. Entre as metas propostas pela Comissão, estão o fomento à interação e ao intercâmbio entre as diversas manifestações culturais existentes no Estado e o apoio aos eventos regionais que valorizam a diversidade cultural do Espírito Santo.

A subsecretária de Estado do Patrimônio Cultural do Espírito Santo e presidente da comissão eleitoral, Joelma Consuêlo, explicou que a iniciativa tem como objetivo  estabelecer e  promover políticas que garantam a preservação das tradições desses povos e comunidades. “Enquanto subsecretária de Patrimônio Cultural, a nossa obrigação e a nossa função é fortalecer as tradições e as especificidades de cada patrimônio. A novidade está em o governo Casagrande reconhecer as necessidades desses povos dando voz aos seus reais representantes.”, disse Joelma.

Uma das representantes das Comunidades Indígenas presentes no encontro, Zilma Maria Vicente, da Aldeia Areal, em Aracruz, garantiu que a Comissão representa um recurso através do qual as comunidades poderão expressar suas necessidades e seus anseios. “Muitas vezes queremos alguma coisa e não temos por onde buscar. A Comissão será um meio, um caminho pelo qual vamos tentar alcançar os nossos objetivos. Nossa comunidade tem sua cultura, seu artesanato e não queremos perder nossa tradição. Queremos fazer com que isso seja reconhecido, com que outras pessoas também vejam o nosso trabalho, que é a sustento do nosso povo”.

Ao representar o primeiro passo em direção a esse propósito, o encontro elegeu representantes para ocupar seis cadeiras representativas, sendo uma para cada entidade - ciganos, indígenas, pomeranos, quilombolas, pescadores artesanais e comunidades de terreiros.  Joelma também explicou que para garantir a legitimidade dos representantes, os candidatos e os votantes deveriam ser indicados por uma instituição que representasse cada povo ou comunidade. Essa medida visou normatizar e organizar a formação da Comissão de modo que cada representante fosse autenticamente reconhecido como tal. Em caso de vacância, a votação era aberta para que a plenária, em conjunto, decidisse.

Eleita como representante titular para a cadeira destinada à Entidade Quilombola, a moradora da comunidade quilombola de Monte Alegre, em Cachoeiro de Itapemirim, Maria Laurinda Adão, garantiu que o essencial é entender esses segmentos como partes integrantes e fundamentais da sociedade. Segundo ela, a expectativa é que através da Comissão, as comunidades tradicionais obtenham maior visibilidade e consigam propagar o reconhecimento de seus costumes, tradições e práticas. “O povo não dá crédito para o lugar da gente. Por isso temos que buscar melhoras para um lugar que é importante para nós e que merece mais respeito. Temos uma horta comunitária, por exemplo, que já está tendo renda. Através da Comissão, vamos conseguir mostrar e dar valor à nossa cultura.”, disse Maria.

Ausente devido à realização de um intercâmbio cultural, a comunidade pomerana elegerá seus representantes no próximo dia 01 de julho na sede na Secult. Após isso, a previsão é que no dia 05 os representantes eleitos de todas as entidades sejam empossados e, em seguida seja realizada a 1ª reunião ordinária que definirá o regimento interno da Comissão.

A criação da Comissão atende a uma das principais reivindicações feitas na Carta proposta durante o 1º Encontro dos Povos e Comunidades Tradicionais do Espírito Santo realizado por no ano passado em Aracruz. Ao avançar no processo de reconhecimento e valorização destes segmentos sociais, o encontro buscou atender as aspirações da sociedade fortalecendo sua posição junto ao Estado e viabilizando sua participação na formulação de propostas de ações governamentais voltadas às suas áreas especificadas.

Lista de representantes eleitos:

Comunidades Indígenas

Titular: Marcelo Oliveira da Silva (Marcelo Guarani) - Etnia Guarani
Suplente: Wellington Moura Pego - Etnia Tupiniquim

Comunidades Quilombolas
Titular: Maria Laurinda Adão - Comunidade Quilombola de Monte Alegre
Suplente: Maria Aparecida Marciano dos Santos - Comunidade de Quilombo de Linharinho, em Sapê do Norte

Comunidades de Terreiro
Titular: Geovan João Alves da Silva - Instituição de Tradição e Cultura Afro-brasileira de São Judas Tadeu
Suplente: Niecina Ferreira de Paula Silva - Associação de Folclore de Cachoeiro

Pescadores Artesanais
Titular: Sebastião Vicente Buteri - Associação de Pescadores da Barra do Riacho e Barra do Sahy
Suplente:Manoel Bueno dos Santos - Associação de Pescadores de Jacaraípe

Ciganos
Titular: Eraldo Sousa
Suplente: Sônia Maria Alves do Rosário

 

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