Uma das áreas protegidas mais antigas e importantes do Espírito Santo ganhou uma publicaçãoespecial: o livro “Últimos Refúgios – Reserva Biológica (Rebio) de Duas Bocas”. Localizada emCariacica, a unidade é tema de uma série fotográfica inédita. A edição conta com fotos de animaisameaçados de extinção e textos explicativos. Também faz parte do projeto, um documentáriohomônimo. O lançamento acontece, nesta quinta-feira (06), na própria sede da reserva, no municípiode Cariacica, a partir das 9 horas, com entrada aberta ao público.
A área gerenciada pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) completou100 anos de preservação em 2012. Os dois trabalhos executados na Rebio servirão como materiais depromoção da biodiversidade existente no local, visando sensibilizar a sociedade em prol da preservaçãoambiental.
No livro, há fotos de animais em extinção, como o urubu-rei e o jacaré de papo amarelo, ambosfotografados em habitat natural.
“Este foi o primeiro projeto realizado em uma reserva biológica, ou seja, onde não são permitidasatividades turísticas, somente educacionais e para fins de pesquisa. Tal fato nos revelou umabiodiversidade incrível e nos permitiu registrar pela primeira vez espécies consideradas raras no local”,comentou o diretor do Instituto, Leonardo Merçon.
Para o gestor da unidade, Rafael Lorenzon Boni, a motivação para a realização do livro foi à popularização das informações. “Nós temos muitos dados científicos sobre a região, mas que não são palpáveis para as escolas. O livro traz a oportunidade de trabalharmos de uma forma diferente com os estudantes”, explicou.
O projeto foi realizado pelo Instituto Últimos Refúgios, organização voltada a sensibilização ambiental. Para sua execução, foram realizadas várias expedições entre janeiro e setembro de 2012, com a participação de fotógrafos, produtores, biólogos e especialistas práticos da natureza. Também participaram das ações em campo, analistas e técnicos do Iema que atuam na Rebio.
“Nós sempre acompanhamos os pesquisadores na reserva, mas desta vez foi diferente. A mesma emoção que a equipe da expedição sentiu ao fazer o registro de um animal vulnerável na lista estadual, nós sentimos também”, afirmou Boni.
Merçon explica que o livro e o documentário “Últimos Refúgios: Reserva Biológica de Duas Bocas” dão início à série “Áreas Protegidas”, que tem como objetivo gerar material sobre dez importantes Unidades de Conservação do Espírito Santo. Anteriormente, também foram produzidos outros dois livros em áreas protegidas pelo Iema: “Últimos Refúgios – Parque de Itaúnas” e “Últimos Refúgios – Parque Paulo Cesar Vinha”.
O livro fotográfico e o documentário “Últimos Refúgios: Reserva Biológica de Duas Bocas” são uma realização do Instituto Últimos Refúgios e do Ministério da Cultura - Governo Federal do Brasil, com patrocínio da Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN) e apoio do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo S/A (BANDES), Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA) e Marca Ambiental - Gerenciamento Integrado de Resíduos. A produção é do Estúdio de Criação Kalakuta.
Reserva Biológica de Duas Bocas
O local representa um importante fragmento florestal de Mata Atlântica em bom estado de conservação. Os esforços do Governo do Espírito Santo para preservação ambiental da região de Duas Bocas tiveram início em 1912, com a desapropriação de várias propriedades para a ampliação do fornecimento de água em Cariacica, Vila Velha e Vitória.
Ao longo dos anos, sua área sofreu alterações antrópicas pelo cultivo de banana e de café e de atividades de pastoreio. Em 1965, foi instituída como área protegida com a criação da Reserva Florestal de Duas Bocas, em homenagem ao rio de mesmo nome que corta a floresta.
A área também abriga a represa de Duas Bocas, inaugurada pelo Presidente Getúlio Vargas, e abastecida pelos rios Pau Amarelo, Panela e Naia-Assú. Em 1991, sua categoria foi redefinida para Reserva Biológica, com 2.910 hectares.
A unidade faz parte do Corredor Ecológico Duas Bocas - Mestre Álvaro. As principais atividades são fiscalizações, recepção de escolas e pesquisas científicas.
Assessoria de Comunicação Seama/Iema Amanda Amaral 27 9279-5336 meioambiente.es@gmail.com
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