segunda-feira, 3 de junho de 2013

Médico alerta sobre poluição sonora e uso de fones de ouvido


Texto: Emerson Cabral / Foto: Camila Vargas

Médico Otorrinolaringologista - Imagem: Camila Vargas
Poluição sonora. Ela não é visível nem se acumula como outras formas de poluição, mas incomoda bastante. Ela acontece quando, num determinado local, o som modifica a condição normal de audição e pode provocar vários danos ao corpo e à qualidade de vida das pessoas.

O ruído é o maior responsável pela poluição sonora e gera efeitos negativos para o sistema auditivo, além de provocar alterações no organismo e no comportamento das pessoas. Os ruídos podem ser provocados pelo som irritante do trânsito, da indústria e dos canteiros de obras, por exemplo. Entretanto, não só nas ruas existe poluição sonora. Nas residências ela também está presente com o uso de eletrodomésticos, televisores, aparelhos de som e instrumentos musicais. Esses equipamentos devem ser utilizados de forma adequada para não prejudicar a própria saúde nem incomodar a vizinhança.
Ouvimos um especialista para explicar o que o som elevado provoca no nosso organismo. O médico otorrinolaringologista Bráulio Leonardo Guimarães Barcellos Júnior alerta que devemos ficar atentos a três fatores em relação ao ruído: o tempo de exposição, a intensidade desse ruído e a suscetibilidade de cada um de nós ao barulho. “O que nós consideramos aceitável é um tempo máximo de oito horas de exposição a até 85 decibéis de ruído. Acima disso pode gerar algum problema como a perda gradativa da audição”.
O médico evidenciou que, a cada cinco decibéis a mais se recomenda que o trabalhador sujeito a ambiente ruidoso tenha sua carga horária reduzida pela metade. Assim, o trabalhador que exerce suas atividades em um ambiente com até 85 decibéis de ruído poderá trabalhar por oito horas sem prejuízo da audição. Caso esse mesmo local apresente ruído de 90 decibéis, a carga horária deverá cair de oito para quatro horas diárias.
O Dr. Bráulio explicou que o som é produzido com a vibração do ar que, ao chegar ao tímpano, provoca a vibração dessa membrana do ouvido. O tímpano, por sua vez, envia essa vibração até a cóclea, que a transforma em estímulo elétrico e o envia para o cérebro. “Na cóclea se encontram o que chamamos de células ciliadas. São essas células as responsáveis pela transformação da vibração em estímulo elétrico. Quando estamos sujeitos a barulho intenso por um período prolongado provocamos a lesão dessas células e, consequentemente, reduzimos nossa capacidade de ouvir. Essas lesões são irreversíveis e contínuas caso estejamos expostos a ambientes muito barulhentos por longos períodos. Por essa razão o tratamento é basicamente preventivo. Depois que lesionamos essas células e perdemos nossa capacidade auditiva não dá para recuperá-la com remédio ou cirurgia. A perda de audição se dá, na grande maioria dos casos, de forma gradativa”.
As pessoas que têm problemas auditivos provocados por exposição ao ruído começam a perceber o problema quando já estão em uma fase avançada da lesão. De acordo com o médico, comumente são outras pessoas que nos alertam para o problema, chamando nossa atenção para uma TV ou um som com volume muito elevado. “Passamos a sentir a perda da capacidade auditiva quando temos de pedir às pessoas com quem conversamos que repitam o que acabaram de dizer. Também aparecem zumbidos nos momentos em que estamos em ambientes mais silenciosos. Em casos mais raros, há quem sinta dor no ouvido ao se expor ao barulho, o que é conhecido como algiacusia ou hiperacusia”.
Dessa forma, destaca o médico, a prevenção é o melhor tratamento para preservar a saúde do sistema auditivo. “Caso a pessoa trabalhe em local barulhento ela deve fazer um exame de audiometria ao ser contratada, outro exame após seis meses e a partir de então um exame por ano. Em caso de demissão, esse trabalhador também precisa fazer um exame de audiometria demissional”.
Nas situações do dia a dia, o médico recomenda que é preciso evitar os locais barulhentos e, ao usar fones de ouvido, procurar fazê-lo sem excessos nem longos períodos de exposição.
Serviço
Para ser consultado pelo especialista, o paciente primeiro deve procurar uma unidade de saúde. É o clínico geral quem vai encaminhar o paciente para a consulta com o otorrinolaringologista em caso de necessidade.
O médico otorrinolaringologista BráulioLeonardo Guimarães Barcellos Júnior atende todas as terças (das 12 às 16 horas) e quartas (das 07 às 16 horas) no Cemas - Centro Municipal de Atenção Secundária, localizado na Avenida Castelo Branco, 1803- Jaburuna (antiga Faculdade Metodista). O telefone do Cemas é 3239-4006.

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