segunda-feira, 17 de junho de 2013

Obra de Rubem Braga dialoga com arte urbana em escolas de Cachoeiro


Oficinas começaram nesta segunda-feira (17), na escola Deusdedit Baptista

Spray, tintas, pincéis, compensados e muita criatividade. Com essas ferramentas, as crônicas de Rubem Braga viram trabalhos em grafite pelas mãos de alunos da rede municipal de ensino de Cachoeiro de Itapemirim que participam de oficinas de arte. As atividades fazem parte da comemoração do centenário do escritor cachoeirense.
As oficinas começaram nesta segunda-feira (17) na escola Deusdedit Baptista, no Alto Coramara, e terminam na sexta-feira (21), na escola Valdy Freitas, bairro Paraíso. Ao todo, 150 alunos, do 7º ao 9º ano, de quatro escolas municipais, participarão do projeto.

No primeiro momento, o artista plástico Valdelino Gonçalves, que ministra as oficinas, faz um breve histórico sobre a arte contemporânea e sobre o grafite como meio de comunicação poética. Em seguida, os alunos partem para a produção, com base em temas relacionados à obra do “Sabiá da Crônica”. Muros e compensados servem de suporte para o trabalho artístico. As oficinas são realizadas durante todo o dia, das 8h às 16h30.

“Uma vez em contato com a crônica de Rubem Braga, os alunos criam impressões. As oficinas são uma forma de extrair deles essas impressões de maneira criativa e divertida”, ressalta a gerente de Apoio ao Ensino da Secretaria de Educação de Cachoeiro, Alessandra Maria da Costa Sant'Ana.

Uma amostra do que está sendo produzido pelos estudantes ficará em exposição, na Sala Levino Fanzeres, edifício Bernadino Monteiro, Centro. A abertura será no dia 28 de junho, às 20h, e faz parte da programação oficial da festa da cidade. Os trabalhos poderão ser apreciados pela população até o inicio de agosto.

Outra atividade artística em homenagem a Rubem Braga está em andamento na rede municipal de Cachoeiro. Alunos de outras oito escolas municipais participam de oficinas em que produzem peças de artesanato inspirados por textos do cronista. Essas atividades serão concluídas na sexta-feira (21).


Confira os temas das escolas
Emeb Prof. Deusdedit Baptista (Alto Coramara) - Tempos de Menino 
A infância de Rubem Braga em Cachoeiro de Itapemirim. Os tempos de criança que tanto marcaram a vida e a obra do cronista. A casa da família na 25 de Março e com ela o pé de fruta-pão e o cajueiro. O jogo de futebol na rua. As enchentes do Rio Itapemirim. As pescarias. A paixão pelos pássaros que o acompanhou por toda a vida. O cronista valorizou em todos os momentos de sua obra sua vivência na cidade natal que tanto o orgulhava. O cachorro Zig e sua gata. Os pios da fábrica de seu Maurílio Coelho. O rio Itapemirim. O jeito simples da vida no interior.

Emeb Jenny Guárdia (São Geraldo) - Um Cartão de Paris
O cronista foi correspondente de "O Globo" em Paris, em 1947, e do "Correio da Manhã" em 1950. Em uma temporada na Europa, na segunda metade do século XX, se encontrou com imortais das artes e do pensamento universal. Desses encontros, surgiu a oportunidade de realizar entrevistas que, nas mãos do habilidoso escritor, tornaram-se uma mistura deliciosa de reportagem, crônica e divagações líricas.

Emeb Prof. Valdy Freitas (Paraíso) - Um Fazendeiro do Ar
Rubem Braga morou numa cobertura de Ipanema onde ele plantou um pomar e uma horta, como se carregasse para o alto da cosmopolita Zona Sul carioca um pouco das pitangas e mangueiras do quintal que lhe serviu de cenário na infância em Cachoeiro de Itapemirim. O cronista permaneceu ali de 1962 até a morte, em 1990. O Rio de Janeiro foi o cenário de belas obras do cronista.

Emeb Profa. Gércia F. Guimarães (Vilage da Luz) - O Voo do Sabiá
O último plano de Rubem, simples e perfeito como os que organizaram sua obra, seria colocado em prática dias após sua morte: a cremação em São Paulo. O planejamento incluía o desejo de que suas cinzas fossem espalhadas nas curvas do Rio Itapemirim, no seu pequeno Cachoeiro. Rio abaixo, nas águas de sua infância, ele retornou ao mar, onde, com certeza, deve estar ao lado dos grandes amigos Vinícius, Drummond, Fernando Sabino, Carybé, e tantos outros. Todos imortais.
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